sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Amarelo

Quando fui para a universidade fazer minha primeira graduação me deparei com o privilégio de morar e estudar no centro acadêmico que se encontra dentro de uma reserva florestal. Um encanto de lugar, ali conheci muitas coisas e pessoas interessantes, entre elas a linda floração dos ipês no meio da mata fechada. Nos meses de junho e julho o roxo se destaca na mata verde. Entre agosto e setembro os amarelos e os róseos emergem enfeitando a mata e de longe eu os admirava, até que um dia conheci o branco. Todavia, o amarelo sempre foi meu xodó.
No caminho para a biblioteca tinha um amarelo, pertinho do prédio central foi ali que conheci meu grande amor e esse dia ficou registrado em fotografia impressa. Não sei se ele ainda existe, mas espero que sim. Já se passaram muitos anos depois daquele encontro com chão coberto de flores amarelas enfeitando a passagem dos estudantes que por ali passavam. Hoje vejo os meses passando de acordo com a passagem das cores dos ipês que florescem na cidade que hoje moro. E um dos meses mais representativos e belos é o mês de setembro. Tem ipês floridos por todos os cantos e a cidade com o céu azul da primavera me oferece o contraste mais belos do mundo, a perfeição da criação.
E nas voltas que o mundo dá, plantei um ipê pra chamar de meu e com ele quero repousar depois dessa vida, quero florescer com ele a cada primavera e ser lembrada como a flor amarela que contrasta com o céu azul. Por enquanto me contento em contemplar a boniteza que é o contraste do céu azul com a floração amarela do ipê ainda no final de agosto, mas que se estenderá por setembro. Eu espero e agradeço por compartilhar o mesmo céu comigo.