quarta-feira, 5 de junho de 2019

Passagem

Conversar com Rau Ferreira é voltar no tempo. Ontem ele me falou de umas pessoas interessantes que viveram na nossa amada terrinha, tinha Honório, Silvinha e Adalto, dois deles gostavam de cantar embolada de coco nas feiras livres da cidade. Não lembro desses, mas lembro muito bem de Adalto, esse para mim era um homem muito alto (eu era menina), ele costumava percorrer as ruas da cidade com a mão na orelha falando sozinho, lembra muito os jovens de hoje com seus celulares.
Ele era irmão de seu Adelino, o homem que fazia os doces mais saborosos da cidade, acredito que Marcos seu filho adotivo ainda os vende na feira livre da cidade, acredito que se George Tsoukalos se o visse diria que ele era uma alma evoluída que tinha encarnado no tempo errado e estaria usando seu Smartfone virtual. O fato é que naquela cidade emblemática haviam personagens maravilhosos, que do seu jeito criou um atmosfera vibrante, com diferenças intelectuais e evolutivas significativas. Não vi os cantadores de coco na feira, mas vi Adalto com seu fone virtual, comi inúmeras vezes o doce de coco caramelado de cor vibrante e que gostava de grudar nos destes e favorecer um festival de sabores no céu da boca.
E nas voltas que o mundo dá, lembranças doces, sem preconceitos sem mágoas e com um doce sabor de coco queimado, são dessas que fazem a gente saber que viver é guardar lembranças agradáveis é um alento nos dias difíceis de hoje, são ritos de passagem para uma vida simples e saborosa. Obrigada pela lembrança Rau.