quinta-feira, 1 de abril de 2021

Pseudoconcreticidade

Tem gente que vive num mundo que parece não fazer parte da realidade que se vive, defendem um sistema ditatorial com se fosse uma revolução, não levam em consideração as dores que povo passou e ainda passa, negam uma doença que mata milhares de pessoas todos os dias, pedem a privatização de programas de saúde, dos mesmos que se valem pra ter saúde. Do outro lado tem as pessoas gratiluz, que acham o lado bom de tudo na vida, que defendem a resiliência e a compreensão, que acreditam em felicidade plena e ficam feliz por coisas pequenas. Essas pessoas vivem no mundo da pseudoconcreticidade conceito desenvolvido por Karel Kosik quando estudou os fenômenos sociais, ele defende que o homem é capaz de criar suas próprias representações das coisas.
Não vou dizer que tenho apreciado o ódio que tem sido destilado nos últimos meses contra tudo e contra todos, mas também não entendendo esse povo que consegue se alegrar com a situação geral do país, seja sanitária, econômica, politica, social. Tá tudo um caos. Não consigo sorrir sem sentir um dedinho de tristeza com tanta gente passando fome. Gente morrendo, rostos conhecidos, nomes conhecidos. E ao mesmo tempo, gente conhecida, rostos conhecidos, desafazendo da miserabilidade humana que se instalou no país.
Esses dias um policial surtou no farol da Barra em Salvador, e se tornou alvo de politicagem, criticas e nem a turma do "gratiluz" se manifestou como forma de minimizar as polêmicas. Vivemos dias sombrios, chegamos ao nosso limite e temos ainda que seguir em frente, com pessoas que negam a ciência, mas não conseguem viver sem ela. E nas voltas que o mundo dá já dizia Kosik "sob o mundo da aparência se desvenda o mundo real, por trás da aparência externa se desvenda a lei do fenômeno".

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