segunda-feira, 18 de julho de 2022

Cheguei nos cinquenta

Esse mês completei cinquenta voltas entorno do astro rei. Confesso que o templo biológico não é mais o mesmo, cheguei na metade de um século, no meio da estrada, digo agora que sou uma mulher de meia idade, pois ainda faltam mais cinquenta pela frente. Quando jovem, ouvia dizer que aos cinquenta a gente é velha, chega no topo da ladeira e começa a descer. Nesse meio século aprendi a lidar com meus impulsos, já não ligo mais com determinados comentários, mas também não permito outros tipos perto de mim.
Continuo amando o mar como nunca, agora, aos cinquenta, termino o mestrado, tenho outros planos, continuo tendo meus delírios de um mundo melhor, continuo fazendo os filhos ficarem com vergonha com meus abraços e apertos fora de hora. Ainda me jogo no chão pra ouvir minhas músicas e aliviar a tensão de dias ruins. Não encontrei nenhum E.T no meu quintal, mas ainda é o meu lugar preferido da casa, fora a cozinha de estar. E os cinquenta chegou depressa, e me trouxe alguns cabelos brancos, algumas marcas de expressão, e essas coisinhas que o tempo e a gravidade insiste em nos presentear.




E nas voltas que o mundo dá, acho que cinquetar pra mim é ser meio Belchior. Uma hora eu tenho medo de tudo, "medo de avião", outra hora eu quero "amar e mudar as coisas", depois acredito que "viver é melhor que sonhar". E tenho a sorte de um amor tranquilo, de filhos feitos de amor, de dias de verão depois de invernos de vagantes brancos. E como é bom cinquentar! Meu novo verbo favorito por agora.
 

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